Polícia Civil do Espírito Santo e da Bahia estão procurando um homem que manteve a sobrinha em cárcere privado.
Reencontro do pai depois de quase dez anos. Foi em uma casa em Jucuruçu, no extremo sul do Bahia, que a jovem de 25 anos foi resgatada pela polícia civil.
Durante dez anos, ela foi mantida em cárcere privado pelo tio, que conseguiu escapar.
“Ele conseguiu fugir porque ele avistou de longe as viaturas chegando e os policiais chegando. Então saiu correndo, pulando cerca de arame farpado e nós corremos atrás dele também, porém, ele entrou numa mata”, explicou o delegado Fabricio Lucindo.
Na casa, a polícia encontrou espingardas de fabricação caseira. De acordo com a investigação, o tio sequestrou a sobrinha em 2015, no município de Rio Bananal, interior do Espírito Santo, onde morava com a família. Na época, o pai denunciou o desaparecimento à polícia e ao Ministério Público do Espírito Santo, mas a jovem não foi localizada.
“Minha filha ficou dez anos fora de mim, dez anos de sofrimento, a gente aqui preocupado, sofrendo, correndo atrás, lutando, pedindo ajuda”, diz o pai da vítima.
Segundo a polícia, o tio mudou de endereço várias vezes e morou em, pelo menos, três cidades diferentes para dificultar a investigação.
“Ela era ameaçada o tempo todo de morte, ele ameaçava que ia matar a família dela inteira se ela tentasse fugir. Ela não tinha nenhum contato com pessoas externas. Ela passou todo esse tempo sendo submetida a crimes sexuais, agressões físicas e ameaças durante todos esses dez anos”, afirma o delegado.
De acordo com a Polícia Civil do Espírito Santo, no começo do ano, o tio deu um telefone celular para a sobrinha. E ela começou a tentar entrar em contato com parentes pelas redes sociais. A partir dessas trocas de mensagens, os investigadores conseguiram localizar o cativeiro.
Pai e filha voltaram para casa, no Espírito Santo. Segundo a família, ela está muito abalada vai ter acompanhamento psicológico.
“Foi muito bom, nosso Deus, só não sabia de felicidade de estar vendo ela, ou se chorava de tristeza de ver ela naquela situação, precária, precária, precária”, conta o pai.
“Nossos policiais ficaram emocionados porque é uma cena que a gente raramente vê, eu por exemplo nunca tive uma cena como essa na minha vida policial.”
Fonte G1