
Os administradores da Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem, uma das principais de Salvador, resolveram fechar o templo religioso após o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) realizar duas vistorias nesta semana e fazer uma recomendação. A informação foi confirmada pela paróquia na quarta-feira (12), nas redes sociais.
Segundo a paróquia, as vistorias foram feitas como prevenção após o desabamento de parte do teto da Igreja de São Francisco, conhecida como “igreja de ouro”, no dia 5 de fevereiro, que terminou com a morte de uma turista e cinco pessoas feridas.
De acordo com a paróquia, o principal motivo da recomendação foi a situação do teto da igreja, que teve a construção concluída em 1743 e foi tombada em 1938, está em condições precárias. A TV Bahia questionou o Iphan sobre as vistorias, mas não recebeu resposta até a última atualização desta reportagem.
Confira como está o templo religioso:
Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem, em Salvador — Foto: Arquivo pessoal
A Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem é conhecida por abrigar a imagem do Bom Jesus dos Navegantes e a embarcação Galeota Gratidão do Povo, que faz o transporte durante a tradicional procissão marítima, em 1° de janeiro, na festa de Bom Jesus dos Navegantes.
Durante a interdição, o Salão Hugo Rossini será usado para as celebrações e as atividades planejadas da paróquia.
Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem, em Salvador — Foto: Arquivo pessoal
Homenagem às vítimas
Na terça-feira (11), uma missa de sétimo dia homenageou a turista de São Paulo Giulia Panchoni Righetto, que morreu aos 26 anos após o desabamento da “igreja de ouro”. A cerimônia foi realizada em um templo ao lado do imóvel, no Centro Histórico.
Além de fiéis, estiveram presentes os freis que respondem pela “igreja de ouro”. Eles presidiram a missa. A homenagem também integrou os cinco feridos no acidente.
O caso segue sob investigação e a igreja continua interditada pela Defesa Civil de Salvador. Não há ainda um prazo para a conclusão do inquérito.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/8/x/cqZQLrRSiB3Qu85Tu53Q/fotojet-2025-02-06t072212.697.jpg)
Teto da Igreja de São Francisco desabou em Salvador e matou a turista Giulia Panchoni Righetto, de Ribeirão Preto (SP) — Foto: Defesa Civil de Salvador/Redes Sociais
Na segunda-feira (10), a Polícia Federal assumiu a investigação integral do desabamento. Antes, a PF dividia as funções com a Polícia Civil da Bahia, que, neste período, ficou responsável por ouvir testemunhas do desabamento.
No entanto, por se tratar de um imóvel tomado pelo Iphan, o trabalho será concentrado no órgão federal. Com isso, os depoimentos colhidos pela PC passarão para a PF, que tocará o caso. O processo de realização da perícia ainda está em andamento.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/X/A/XuwtI1RBadzBdQafF4qA/whatsapp-image-2025-02-05-at-16.14.49.jpeg)
Teto da Igreja de São Francisco desaba em Salvador. — Foto: Defesa Civil de Salvador
Também na segunda, o Iphan revelou que a igreja recebeu a última vistoria técnica em maio de 2024. Na ocasião, não foram identificados indícios de problemas estruturais que pudessem provocar o desabamento da forração do teto do templo, como aconteceu no dia 5 de fevereiro.
O Iphan informou ainda que realizará a contratação das obras emergenciais que englobarão escoramento, estabilização, acesso e segurança do monumento e dos trabalhadores envolvidos.
Ainda nessa etapa, conforme o instituto, serão realizados os trabalhos de diagnóstico, triagem, catalogação, higienização, proteção e armazenagem das estruturas e bens artísticos que serão restaurados e remontados em uma segunda etapa.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/B/P/RLtlU9TwCBhmYChBzNwQ/igreja-ouro.jpg)
Parte de teto de igreja de ouro desabou — Foto: Reprodução