A calúnia é uma afirmação contrária á verdade que prejudica pessoas e dá ocasião
a falsos juízos a seu respeito. Nunca é demais lembrar as sérias consequências que
podem advir de um comentário sobre a vida e o comportamento de uma pessoa. É
muito difícil reparar os males causados por uma difamação.
A CALÙNIA destrói a honra do próximo porque se espalha o que é negativo numa
pessoa lesando a virtude da justiça e da caridade. Nas conversas de rodinha, nos bares,
nos institutos de beleza, nas salas de costura, nas visitas familiares, com muita
facilidade se comenta e se passa adiante fatos que vem em prejuízo de pessoas
destruindo seu bom nome. Por isso, costuma-se afirmar: “A prima próxima da calúnia é
a fofoca”.
A DESTRUIÇÃO de pessoas se faz por palavras maldosas e por sigilos rompidos.
Quantas brigas familiares, quantos casais destruídos porque acessam o celular de outros,
espalhando segredos que são direito de cada pessoa! Destrói o outro para se auto-
afirmar. Ali entra o ciúme, o desejo de ter as pessoas para si e como não conseguem,
tentam destruí-las. É mais fácil pensar no pior dos outros do que o melhor.
AS REDES sociais, hoje, têm uma responsabilidade especial. A informação está a
serviço do bem comum. A sociedade tem direito a uma informação fundada na verdade,
na liberdade, na justiça e na solidariedade. O uso correto deste direito requer que a
comunicação seja, sempre verídica, completa, honesta e conveniente, isto é, que respeite
a pessoa humana. Por isso, é necessário que todos os membros da sociedade cumpram
os seus deveres de justiça e de verdade.
JESUS, previu que aconteceriam calúnias e anima as pessoas de fé com estas palavras:
“Felizes sereis, se forem insultados e perseguidos, e se disserem todo tipo de calúnia
contra vocês, por causa de mim. Fiquem alegres e contentes, porque será grande a
recompensa no céu. Do mesmo modo perseguiram os profetas que vieram antes de
vocês”.(Mt 5,11-12).
PEDRO, na primeira carta, nos faz um forte apelo: “Tenham todos a mesma atitude:
sejam compassivos, cheios de amor fraterno, misericordiosos e de espírito humilde. Não
paguem o mal com o mal, nem o insulto com outro insulto; pelo contrário, abençoem,
porque para isso vocês foram chamados, isto é, para serem herdeiros da bênção”. (I Pd 3,8-9).
Fonte: Dom Itamar Vian, Arcebispo Eméito