Rodoviários que trabalham em ônibus na Região Metropolitana de Salvador (RMS) decretaram greve, por tempo indeterminado, na manhã desta segunda-feira (8). A categoria afirma que a medida foi tomada por falta de repasse da PEC das empresas, processo que inclui o pagamento da rescisão de duas empresas de transportes que atuavam na RMS e fecharam.
Por causa da greve, os ônibus do sistema metropolitano não saíram das garagens e os pontos da região ficaram lotados nas primeiras horas do dia.
Cerca 250 mil de passageiros são transportados diariamente por ônibus de cinco empresas, que circulam pelos municípios de Lauro de Freitas, Simões Filho, Candeias, Camaçari, São Francisco do Conde, Madre de Deus, e outros como Rio Real, o distrito de Subauma, em Entre Rios, Santo Amaro e outras cidades da região da Linha Verde.
Segundo o presidente do Sindicato das Empresas de Ônibus do Transporte Metropolitano de Salvador, Mário Cléber Costa, a categoria foi surpreendida pelo não pagamento do acordo feito em junho, das deliberações da PEC das empresas.
Mário Cléber Costa ainda afirmou que R$ 20 milhões do valor de R$ 36 milhões depositado nas contas do Governo da Bahia em outubro do ano passado, teria sido repassado para as empresas. O dirigente ainda acusa o Governo do Estado de querer destinar R$ 16 milhões que seriam para pagamentos das decisões dos trabalhadores das empresas falidas, para pagar dívidas com o metrô. O g1 entrou em contato com Governo do Estado, e aguarda respostas sobre as acusações.
“Isso é inconcebível. O metrô não usa óleo diesel, não está na PEC e é um desafio para a categoria e também para as empresas. Já destinaram R$ 20 milhões para as empresas e precisam destinar os outros R$ 16 milhões para pagamento dos trabalhadores”, afirmou.
De acordo com Mário Cleber, 513 trabalhadores estão envolvidos nesse processo.
Em fevereiro deste ano, os rodoviários fizeram uma paralisação de 24 horas na Região Metropolitana de Salvador por causa da situação. Na época, um acordo foi feito para que o dinheiro fosse liberado no dia 20 de julho.
Na quarta-feira (20), de acordo com o sindicato, o acordo não foi cumprido. Uma assembleia foi realizada e a categoria decidiu pela greve.
“Isso afrontou os trabalhadores, que por conta própria, deliberaram pela greve”, disse o presidente do sindicato.
Esquema especial
Para atender a demanda de usuários que utilizam linhas do sistema de transporte metropolitano que circula em Salvador, a Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob) preparou uma operação de transporte emergencial durante a paralisação desta segunda-feira (24).
Ao todo, sete linhas do sistema municipal foram reforçadas para garantir o deslocamento dos usuários durante a interrupção do serviço.
As linhas 0125 – Barroquinha x Parque São Cristóvão, 0310 – Barroquinha x Aeroporto, 1001 – Aeroporto x Praça da Sé, 1035 – Aeroporto x Praça da Sé (via Garibaldi), 1007 – Lapa x Jd. Das Margaridas, 1625 – Paripe x Aeroporto (via Cajazeiras) e 1653 – Paripe x Aeroporto (via Pau da Lima) foram reforçadas.
As linhas foram escolhidas por dar acesso às regiões que têm atendimento das linhas operadas pelos metropolitanos, como a orla e a região central da cidade. Ao todo, 42 ônibus foram remanejados para atender a operação.
Agentes da Semob estão em locais estratégicos para orientar os usuários sobre a operação.
Fonte G1 Bahia