A CAIXA Cultural Salvador apresenta, a partir do dia 19 de setembro, a exposição ‘Mamáfrica – Ancestralidades africanas no Brasil e em Cuba’. A mostra reúne 80 obras que exploram diversas técnicas de pintura, objetos e instalação e foram produzidas por 68 artistas, sendo 23 cubanos e 34 brasileiros de 10 estados, incluindo Salvador, a cidade mais negra fora de África.
Realizada pelo Instituto Alvorada Brasil, Barthô Naïf e Casa Hum, com patrocínio da Caixa Econômica e Governo Federal, a exposição permanece em cartaz até 26 de novembro e promete um mergulho na riqueza da expressão artística de Cuba e Brasil, países que conviveram com a escravidão e sentem o reflexo desse período até os dias atuais. A ação busca ampliar a compreensão da diversidade cultural presente em ambas as nações, utilizando a arte naif como ponto de partida.
Uma experiência artística única
A exposição oferece um olhar amplo e diversificado sobre a rica cultura popular brasileira e suas influências das matrizes africanas. Através da arte Naif, somos convidados a explorar a narrativa ancestral que continua a moldar a identidade dessas nações e a se manifestar de maneira única nas mãos desses artistas. ‘Mamáfrica’ é mais do que uma exposição de arte; é uma homenagem às raízes compartilhadas, às histórias entrelaçadas e à celebração da diversidade cultural.
É uma lembrança poderosa de que, apesar das distâncias geográficas, Brasil e Cuba permanecem unidos pela herança africana que os enriquece e os conecta. É uma celebração da riqueza da ancestralidade africana no coração desses dois países.
A arte Naif, também conhecida como arte ingênua, desempenha um papel central nesta exposição por sua simplicidade e autenticidade, muitas vezes produzida por artistas autodidatas que não tiveram formação em arte. Essa falta de treinamento acadêmico é, na verdade, uma das principais características que tornam a arte Naif tão especial.
Os artistas abordam seus temas com um olhar despretensioso e uma ingenuidade deliberada, o que resulta em obras que transmitem uma autenticidade emocional única. Os artistas capturam a essência das ancestralidades africanas com cores vibrantes, traços simplificados e uma perspectiva que nos lembra da importância de valorizar a herança cultural. Suas manifestações de amor e devoção à cultura e à história compartilhadas dessas nações. A artista Tercília dos Santos lembra que “por muitos anos, o mundo não enxergava a arte naif como obra de arte” e, hoje, “é uma vitória ter uma exposição com tantos artistas talentosos e até divulgada em dois países”.
A arte Naif serve como uma ponte entre o passado e o presente, conectando-nos com tradições ancestrais de uma forma acessível e cativante. Ela nos convida a explorar o mundo através dos olhos sensíveis e sinceros desses artistas, nos lembrando que a verdadeira arte vai além da técnica e reside na capacidade de tocar nossos corações e almas.
Representatividade na arte
Os curadores responsáveis pela mostra são Oscar D’Ambrósio, Odécio Visintin Rossafa Garcia, Humberto Macêdo e Shirlene Pérola Negra. O quarteto garantiu a inclusão de artistas com representatividade de diversidade de gênero, sexualidade, LGBTQIA+ e religiosa, incluindo matrizes africanas, além de ampla participação de mulheres.
Odécio destaca que ‘Mamafrica’ busca “retratar toda herança africana que Brasil e Cuba receberam dos escravizados, além de contribuir para a valorização da arte popular e ampliação da participação das mulheres no mundo das artes”.
Serviço
O quê: ‘Mamáfrica – Ancestralidades africanas no Brasil e em Cuba’
Onde: CAIXA Cultural, na Rua Carlos Gomes, nº 57 – Centro
Quando: De 20 de setembro a 26 de novembro de 2023
Visitação: Terça a domingo, das 9h às 17h30
Realização: Instituto Alvorada Brasil, Barthô Naïf e Casa Hum
Classificação indicativa: Livre para todos os públicos
Patrocínio: CAIXA e Governo Federal
Fonte Acorda Cidade