A colisão entre lanchas que matou duas pessoas na ilha de Boipeba, no município de Cairu, situado no baixo sul da Bahia, na quinta-feira (28), não foi o primeiro acidente do tipo com vítimas fatais. Um dos casos anteriores aconteceu em janeiro de 2021, com a morte de um adolescente de 12 anos.
Na ocasião, outras três pessoas ficaram feridas e foram encaminhadas para atendimento em um hospital de Itabuna, no sul do estado.
O impacto da batida foi tão forte que chegou a jogar uma das lanchas para a área de vegetação ao redor do mar.
O acidente foi confirmado pela Capitania dos Portos da Bahia (CPBA) que, à época, não especificou o trecho onde a colisão ocorreu. A identidade do adolescente também não foi informada.
Como é de praxe, a CPBA instaurou um inquérito para investigar a causa do acidente e identificar os possíveis responsáveis.
Colisão recente matou turistas
No caso do acidente ocorrido na quinta-feira (28), a colisão foi no trecho conhecido como Rio do Inferno, também na ilha de Boipeba. As vítimas fatais são a biomédica goiana Larissa Fanny Galantini Pires, de 35 anos, e Mário André Machado Cabral, 34, natural de Maceió (AL).
Uma outra mulher chegou a ficar desaparecida, mas foi socorrida e levada para uma unidade de saúde no Hospital Regional de Santo Antônio de Jesus, no recôncavo baiano. O quadro de saúde dela é considerado estável.
Entre os demais feridos está o piloto da embarcação que fazia a travessia de Valença para Boipeba. De acordo com a empresa Transportes Datolli, responsável pela lancha, o homem que tem mais de 20 anos de experiência na função foi gravemente atingido. Ele segue hospitalizado.
A lancha que ele pilotava chegou a partir ao meio quando foi atingida pela outra embarcação, que fazia o passeio “Volta à Ilha”, saindo de Morro de São Paulo, mais um destino turístico, para contornar o território.
Suspeito embriagado
De acordo com a Polícia Civil, o condutor desta segunda lancha foi o responsável por causar o acidente. Ele fugiu do local após prestar socorro às vítimas, mas foi capturado e levado para a Delegacia de Cairu, onde os agentes o autuaram em flagrante. Depois, o homem foi encaminhado para a Delegacia de Valença e segue à disposição da Justiça.
O coordenador da 5º Coordenadoria Regional de Polícia Civil, José Raimundo Nery Pinto, disse que o piloto apresentava sinais de embriaguez quando se envolveu no acidente. No entanto, o teste de etilômetro (bafômetro) ao qual ele foi submetido não detectou presença de álcool.
“Possivelmente, isso se deu pelo tempo que demorou para [o teste] ser feito, porque o acidente aconteceu umas 15 horas e esse teste foi feito já por volta das 23 horas, pela própria Marinha”, avaliou o delegado.
O piloto é suspeito de ter cometido uma infração grave e teve a carteira apreendida pela Marinha.
Nesse sentido, ele já é reincidente — segundo Nery, meses atrás o homem se envolveu em outro acidente enquanto pilotava lancha tendo ingerido bebida alcoólica.
“Ele já responde por esse caso, ou seja, ele reiterou nessa prática delituosa. A gente já sabe que é uma pessoa contumaz em navegar fazendo ingestão de bebida alcoólica e com velocidade excessiva”. Na ocorrência em questão, uma pessoa se lesionou levemente.
Fonte G1 Bahia