A Prefeitura de Feira de Santana lançou nesta quarta-feira (27) o projeto Educação 7.0, que inclui nas escolas laboratório com o ensino de robótica e outras habilidades. Inicialmente 22 escolas municipais serão contempladas, entre elas dez já estão em funcionamento. O objetivo do projeto é impulsionar o aprendizado por meio de tecnologia avançada e métodos educacionais inovadores.
Durante o evento realizado na Escola Municipal José Raimundo de Azevedo (antigo CAIC), no bairro Feira VII, foram exibidos os kits makers, kits de robótica, impressora 3D, cortadora laser, entre outros itens que estarão à disposição dos estudantes para experiências.
A secretária de Educação, Anaci Paim, explica que a iniciativa é um investimento no ambiente pedagógico para viabilizar uma aprendizagem dos alunos com mais qualidade e de forma mais prática.
“O aluno em uma aula teórica de ciências não é a mesma coisa do aluno que tem a oportunidade de ir para o laboratório, desenvolver um experimento, observar os modelos anatômicos dos órgãos do corpo humano, olhar exatamente como é que é organizado o sistema, ver e fazer experimentos. Habilidades e competências que são desenvolvidas num laboratório desse porte incentiva para que ele tenha uma participação melhor e maior em todas as demais áreas e o próprio desenvolvimento”, considera.
Para colocar em funcionamento o projeto, a empresa Dulino Sistema de Ensino está realizando a implantação dos laboratórios. Rafael Gadelha, CEO e fundador empresa, explica que o laboratório 7.0 surge da necessidade das escolas se adaptarem aos recursos tecnológicos que despertem o interesse do aluno.
“A metodologia utilizada nas escolas atualmente ainda é do século XX, mas os alunos são do século XXI. Então precisamos equacionar essa conta que não fecha. Os alunos perdem o interesse cada vez mais na escola devido ao processo de ensino-aprenizagem que não está adequado ao que eles convivem. Claro que o papel, a caneta e o livro jamais serão substituídos, mas a tecnologia é um grande artifício para despertar o interesse associado ao ensino. Com o laboratório 7.0 será possível trabalhar o conhecimento tecnológico, empreendedorismo, educação financeira e emocional, além das disciplinas curriculares”, explica.
Entre as unidades de ensino contempladas está a Escola Municipal Monteiro Lobato, no bairro Capuchinhos. A diretora, Aylla Grecce, acredita que o projeto vai se tornar um aliado no processo de aprendizagem. “Os alunos estão imersos na era digital e a utilização da tecnologia faz com que eles tenham mais estímulo para a aprendizado, para a dinâmica de escola, de sala de aula”, considera.
EDUCAÇÃO 7.0
O mestre em Ciências da Educação pela Universidade do Porto e fundador da Escola da Ponte, em Portugal – unidade de ensino que é referência mundial em inovação -, José Pacheco, compôs a mesa da roda de conversa e afirma que a educação deve acompanhar a evolução tecnológica.
Conforme José Pacheco, a Escola da Ponte se tornou a primeira escola do mundo a centrar no aluno e não no professor, o que permitiu atingir o mais alto índice de desenvolvimento educacional.
“Quando surgiu o computador, as escolas começaram a criar laboratórios de informática. Enquanto a Escola da Ponte, talvez seja mais conhecida no mundo neste momento, não fez laboratórios de informática. Colocou o 2.0 a serviço da aprendizagem. Ou seja, para atingir o 7.0, o sistema educacional tem que mudar pois não vale a pena introduzir computadores no sistema que existe. Quando chegou o 2.0 nós já não tínhamos muitas das coisas que as escolas ainda hoje têm e, acima de tudo, atingimos o índice de desenvolvimento”, afirma.