Começa nesta quinta-feira (1º) o Agosto Dourado, mês de campanha que incentiva o aleitamento materno. A cor dourada foi estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que considera o leite materno como um “alimento de ouro”. No Brasil a campanha de Agosto Dourado é instituída pela Lei Federal n°13.345 de 12 de abril de 2017.
Em celebração ao mês, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) reforça a iniciativa em prol do aumento das taxas de aleitamento humano, conforme indicação da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).
Em Feira de Santana, o que deveria ser motivo de alegria pela chegada do mês de agosto, reflete em preocupação pelo baixo estoque de leite.
Em entrevista ao Acorda Cidade, a coordenadora do Banco de Leite Humano (BLH) do Hospital Inácia Pinto dos Santos, Hospital da Mulher, Nadja Vieira, informou que por dia, são utilizados cerca de três litros de leite.
“Quando a gente faz essas campanhas, geralmente aumenta muito a quantidade de leite ofertado. E a gente agora, inclusive, está numa crise, porque nós estamos sem estoque de leite. O que está entrando, está saindo. Então no momento, hoje eu estou com 16 litros e, a gente gasta em média, 3 litros por dia”, relatou.
Neste ano, a campanha do Hospital da Mulher consiste em: “Amamentação, apoie em todas as situações”. De acordo com Nadja, uma ampla programação será realizada durante o mês, sendo que as atividades já começam nesta quinta-feira (1º).
“O tema desse ano é: ‘amamentação, apoie em todas as situações’. Então assim, nós comemoramos o mês inteiro. No dia 1º, geralmente, a gente entrega uma cesta, um enxoval ao primeiro bebê que nasce. E ao segundo bebê, a gente dá um kit. No dia 2 de agosto nós vamos ter uma roleta da amamentação, que as bolsistas vão nas enfermarias, fazem perguntas às mães e dependendo da resposta, o que ela acertar, ela ganha um brinde. Nós vamos ter roda de conversa no dia 7 de agosto, vamos ter curso de manejo da lactação no dia 14 e 15, então a gente comemora o mês inteiro com atividades aqui dentro do hospital”, explicou.
Ao Acorda Cidade, Nadja destacou a importância que tem o leite materno.
“Existem vários benefícios, na verdade o leite materno é considerado leite ouro, alimentação ouro, tanto para a mãe como para a criança. A criança que é amamentada exclusivamente até os 6 meses de idade com o leite materno, são crianças mais saudáveis, são crianças que não têm doenças respiratórias, doenças infecciosas, tipo diarreias, e o leite materno, ele protege o organismo do bebê para a alimentação futura dessas crianças”
Desafios na amamentação
Caso a mãe possua algum tipo de dificuldade no momento da amamentação, Nadja Viera explicou que a lactante pode ir até o Banco de Leite Humano, onde será orientada.
“A mãe geralmente precisa vir a um serviço especializado para que a gente possa estar orientando, porque às vezes acontecem fissuras, ingurgitamento, que se não for retirado esse leite desse peito da mãe, pode complicar e pode virar um espectro da mastite, que é a inflamação desse peito e pode virar um abscesso. Então essa mãe ela precisa de orientação, precisa de ajuda. Às vezes acontece uma fissura que é pega errada, então essa mãe precisa ser orientada em relação à pega desse bebê e o posicionamento desse bebê para mamar”, disse.
Doação
Em caso de doação pela primeira vez, as lactantes podem entrar em contato com o Banco de Leite Humano do Hospital da Mulher, que serão orientadas.
“Se a mãe quiser ser doadora, basta ela estar entrando em contato conosco através do telefone (75) 3602-7156, que nós vamos na residência dessa mãe, ela liga, dá o endereço dela, telefone de contato, ponto de referência, a gente trabalha em parceria com o Corpo de Bombeiros, então a bombeira vai na residência dessa mãe, faz o cadastro dela, olha os exames que ela fez durante o pré-natal, os exames de sangue e aí entrega o kit a ela, que é a touca, a máscara e o frasco estéreo, e ensina essa mãe. Como é que essa mãe vai retirar esse leite? Como é que ela vai botar no congelador? Nosso carro da rota passa uma vez na semana na residência dessa mãe para recolher esse leite que ela tirou, que esse leite ao chegar ao Banco de Leite ele vai ser pasteurizado, ele primeiro passa por um teste de qualidade, depois a gente pasteuriza para depois ele ser oferecido aos bebês que estão na UTI. A criança que não pode ir logo ao peito da mãe precisa desse leite porque o leite materno, o colostrum, ele protege essa criança e ele contém substâncias imunológicas que vão diminuir o risco de infecção desses bebês”, declarou.
Ao Acorda Cidade, o médico infecto pediatra Igo Araújo também destacou o leite materno como grande aliado aos anticorpos.
“A amamentação hoje literalmente é o que a gente pode estar dando de melhor, de estímulo e de imunidade para os nossos bebês, eu falo as mães que estão amamentando, o aleitamento materno consegue passar todos os anticorpos que essa mãe tem durante a amamentação desse bebê E aí, literalmente, é a primeira oferta de imunidade que eu tô dando pra essa criança que tá vindo ao mundo”, pontuou.
Fonte Acorda Cidade