Cerca de 20 túmulos ficaram destruídos após a queda de uma árvore centenária no Cemitério da Saudade, em Vitória da Conquista, terceira maior cidade da Bahia. As famílias dos sepultados nos locais questionam como as sepulturas serão recuperadas.
Uma das sepulturas atingidas foi a da família da aposentada Jacira Galvão, que há menos de um ano, sepultou dois irmãos no local. Em dezembro de 2023, a mulher reformou e fez mais uma gaveta.
Jacira Galvão contou que tomou um susto quando chegou ao cemitério e viu o que tinha acontecido.
“Eu tomei um susto, não acreditei, porque caiu exatamente em cima do túmulo dela. É uma dor muito grande. Nem na última morada estão tendo paz”, disse Jacira Galvão.
A queda da árvore aconteceu na madrugada de domingo (28). Caixões ficaram expostos, covas foram destruídas.
Desde a manhã de segunda-feira (29), equipes da Secretaria de Serviços Públicos de Vitória da Conquista foram ao local tentar fazer a retirada da árvore, que não suportou o volume de chuva e caiu.
A árvore está sendo cortada em partes menores. Na medida que os pedaços são retirados, os túmulos quebrados começam a aparecer.
De acordo com a prefeitura, ainda não é possível apontar o numero de covas atingidas e o prejuízo total para as famílias após a retirada do tronco. A gestão informou que vai fazer análises das árvores do local e oferecer suporte para os familiares.
O Cemitério da Saudade é o mais antigo de Vitória da Conquista e tem mais de 30 mil covas espalhadas por quatro quadras.
Há cinco anos, o motorista de ambulância Neto Cachoeira passou por uma situação parecida. Ele conta que não quer ver o túmulo da mãe quebrado de novo.
“Caiu uma árvore em cima da sepultura da minha família e danificou a carneira. Na época, tivemos um auxílio, nós pagamos uma parte e a prefeitura a outra”, contou.
A professora Laudiceia Azevedo afirmou que a sensação de muitas pessoas que tem parentes sepultados no cemitério é de abandono.
Muitas árvores centenárias no cemitério já estão inclinadas. Uma outra, um pouco menor, também caiu durante o fim de semana. Várias solicitações já foram feitas pelos parentes a prefeitura.
“Quando a gente questiona, eles falam que as árvores não podem ser retiradas porque são centenárias. E os túmulos centenários que têm aqui dentro? E os novos? E a falta de respeito com o ente querido?”, reclamou a professora.
Fonte G1 Bahia