O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a Nova York (EUA) na noite de sábado, 16/9, para uma semana repleta de compromissos. O principal deles será o discurso de abertura da 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas, na sede da ONU, na próxima terça-feira, 19/9.
“O que a gente quer é criar novos mecanismos e que tornem o mundo mais igual do ponto de vista das decisões políticas, sabe, por exemplo, eu vou repetir a questão do Conselho de Segurança da ONU, os membros permanentes. Por que que o Brasil não pode entrar? Por que que a Índia não pode entrar? Por que que a África do Sul não pode entrar? Por que que não pode entrar a Alemanha? Por que que não pode entrar a Índia?”
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República
Entre os temas a serem abordados pelo presidente Lula durante sua intervenção aos líderes mundiais está a necessidade de uma reforma no sistema de governança global. O modelo atual, criado depois da Segunda Guerra Mundial, tem afirmado o presidente, não representa mais a geopolítica do século 21.
“O que a gente quer é criar novos mecanismos e que tornem o mundo mais igual do ponto de vista das decisões políticas, sabe, por exemplo, eu vou repetir a questão do Conselho de Segurança da ONU, os membros permanentes. Por que que o Brasil não pode entrar? Por que que a Índia não pode entrar? Por que que a África do Sul não pode entrar? Por que que não pode entrar a Alemanha? Por que que não pode entrar a Índia? Quem é que disse que os mesmos países que foram colocados lá em 1945 continuem lá?”, questionou durante participação no programa “Conversa com o Presidente”.
Hoje (17), o presidente Lula participa de uma reunião com empresários e de um jantar oferecido pelo presidente da Fiesp, Josué Gomes.
Esta será a oitava vez que o presidente Lula abrirá uma Assembleia Geral da ONU. Ao longo de seus dois mandatos anteriores, ele participou do evento todos os anos entre 2003 e 2009. Em 2010, foi representado pelo então ministro das Relações Exteriores e atual assessor especial da Presidência, Celso Amorim.
Na próxima quarta-feira (20), Lula se encontrará com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, com quem lançará uma iniciativa global para promoção do trabalho decente. A agenda de compromissos do presidente também incluirá eventos ligados à ONU, reuniões bilaterais com outros líderes e representantes de entidades internacionais.
Comitiva
Sete ministros brasileiros estão em Nova York para participar de encontros e eventos relacionados à agenda da Assembleia Geral e à margem do evento, além do ministro-chefe da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, deverá realizar encontros bilaterais com outros chanceleres e participar de reuniões de alto nível, como G4, L.69, BRICS, IBAS, MERCOSUL e Grupo de Contato de Chanceleres da América do Sul, além de debate aberto do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, participará de eventos oficiais na ONU, encontros com investidores, acadêmicos e sociedade civil, e de reuniões bilaterais e temáticas com ministros e autoridades de outros países. Entre eles: Cúpula para Ambição Climática, seminário na bolsa de valores, reuniões ministeriais preparatórias para a COP28, reunião de ministros de meio ambiente do BASIC e do subcomitê de meio ambiente e mudança do clima da COSBAN e palestra na Universidade Columbia.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participará da Climate Week, em Nova York, um dos principais eventos do calendário global de ações climáticas, onde falará do Plano de Transformação Ecológica do Brasil. Ele também participará do evento com Lula e Biden na quarta-feira, e terá encontros com especialistas e representantes de outros governos.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, também estará no evento de quarta-feira. Além disso, ele terá reuniões com representantes de entidades multilaterais e participará do Diálogo Tripartite sobre Prioridades para Ação Nacional e Cooperação Internacional, promovido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, estará na Assembleia Geral para discutir assuntos considerados prioritários pelo governo brasileiro, como a cobertura universal de saúde, preparação e respostas a futuras pandemias, e a necessidade de ações coordenadas para o fim da tuberculose. O Brasil levará para o cenário internacional a experiência do Comitê Interministerial para Eliminação da Tuberculose e de outras Doenças Determinadas Socialmente (Cieds), instituído em abril e voltado para elaborar ações para controlar problemas de saúde pública no país.
O país deve discutir ações coordenadas para o fim da tuberculose como um problema de saúde pública. A meta para a doença é alcançar redução de 90% do coeficiente de incidência da TB e redução de 95% no número de mortes pela doença no País até 2035, em comparação com os dados de 2015.
Ela também terá reuniões bilaterais em Nova York e em Washington, onde participa de reunião do Conselho Diretor da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, participa de eventos promovidos pelo Pacto Global da ONU, voltados principalmente para o tema da igualdade salarial entre mulheres e homens. Ela também cumprirá agenda com a primeira-dama Janja Lula da Silva, como o “Encontro de Mulheres Elas Lideram”, e fará uma visita ao Consulado-Geral do Brasil, onde são recebidas mulheres brasileiras em situação de violência.
O ministro da Secretaria-Geral, Márcio Macêdo, representará o Brasil no Diálogo de Líderes da Cúpula dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU, manterá encontros com a sociedade civil brasileira para discutir os temas dos ODS e a participação social, e realizará reuniões de trabalho com altas autoridades da ONU, a exemplo do USG for Policy, Guy Ryder.
Agendas Extras
Outros cinco ministros e representantes de ministérios, que não fazem parte da delegação oficial, também estão nos Estados Unidos cumprindo agendas oficiais.
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, participa de uma mesa temática de estudos latino-americanos do Lemann Center for Brazilian Studies na segunda-feira. Também terá encontros com produtores e artistas brasileiros no Consulado-Geral do Brasil em Nova York na quarta, 20/9. Na quinta-feira, terá uma reunião com produtores estrangeiros que trabalham ou têm interesse em trabalhar com o Brasil. Também terá reunião com a subsecretária Elizabeth Allen, do Departamento de Estado. Ela atua na parte de Cultura do governo Biden.
A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, participará da Abertura da Semana do Clima, e de eventos realizados pela The Nature Conservancy (TNC), do “Unstoppable Africa”, e do “From UNGA to COP28 and beyond: Women leading the Amazon protection & climate action towards a livable planet”, entre outros.
A ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, participará do Fórum Político de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável sob os Auspícios da Assembleia Geral das Nações Unidas, e do lançamento da “Iniciativa de Alto Impacto do Secretário-Geral das Nações Unidas sobre Infraestrutura Pública Digital”. Ela também irá a Washington, para a conferência “A Ascensão da Política Econômica Verde e Equitativa nas Américas”.
O ministro das Cidades, Jader Filho, apresentará ações do governo brasileiro e oportunidades no painel “Brasil em foco: mais verde e comprometido com o desenvolvimento sustentável”, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na Bolsa de Valores de Nova York.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, também vai participar do “Brasil em foco”, na Bolsa de Valores. Ele apresentará projetos que demonstram a liderança brasileira na transição energética e projetos desenvolvidos pelo governo, como o Combustível do Futuro.
A secretária de Assuntos Internacionais e Desenvolvimento do Ministério do Planejamento, Renata Amaral, vai estar em um evento da UNFPA em Nova York, onde falará sobre a experiência de inclusão de indígenas e moradores de favelas no
Fonte Acorda Cidade