A “passarela” construída para vendedores ambulantes que vão trabalhar na Barra, no carnaval de Salvador, passou por uma inspeção geral nesta quarta-feira (7). A Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop) vistoriou a estrutura e disse que a empresa responsável pela montagem finalizou os ajustes necessários para a entrega do equipamento.
Medidas de segurança, como a instalação de extintores de incêndio, foram adotadas. De acordo com a pasta, os documentos complementares solicitados pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (Crea-BA) foram apresentados.
“Todas as alterações que haviam sido solicitadas pelos órgãos competentes e envolvidos na vistoria foram realizadas pela empresa responsável. Tudo foi feito visando oferecer segurança, conforto e espaço livre para que os trabalhadores ambulantes que se cadastraram junto à Prefeitura de Salvador possam trabalhar durante o Carnaval”, destacou o titular da Semop, Alexandre Tinoco.
O Corpo de Bombeiros também esteve no local para realizar a aprovação do projeto de prevenção contra incêndios e a consequente liberação da área para utilização.
Tinoco garante que a Semop terá equipes observando a estrutura diuturnamente, dando apoio e orientando os vendedores ao longo dos seis dias oficiais de carnaval. Além disso, a fiscalização deve garantir o bom fluxo dos foliões e a segurança dos trabalhadores.
A pasta ressalta que toda a base elevada foi devidamente estruturada para atender a quantidade planejada de ambulantes. Cada ambulante alocado no espaço poderá ter um ajudante no local, além do isopor grande.
Interdição suspensa
No domingo (4), a Auditoria-Fiscal do Trabalho suspendeu a interdição na obra de construção da passarela para ambulantes. De acordo com a entidade, a empresa responsável pela estrutura adotou as medidas necessárias para reduzir o risco de queda para os operários.
A interdição parcial havia sido feita na quinta-feira (1º). Na ocasião, a auditoria vinculada ao Ministério do Trabalho apontou que profissionais executavam tarefas de montagem sem proteção contra queda, erro que foi corrigido, conforme indica a inspeção.
Recomendação do MP-BA
Também na quinta-feira, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) recomendou que a Prefeitura de Salvador não libere o acesso e o uso da estrutura da passarela montada para os ambulantes.
De acordo com o MP-BA, a promotora de Justiça Cristina Seixas Graça pede que a passarela não seja liberada até que o alvará tenha sido expedido e que órgãos técnicos deem pareceres técnicos, atestando a segurança para trabalhadores e foliões.
Em nota, a Prefeitura de Salvador ressaltou que já tem todos os alvarás para a estrutura. A gestão municipal disse que o equipamento foi projetado por um corpo técnico formado por engenheiros e especialistas, a fim de garantir mais conforto e segurança para os trabalhadores e foliões.
Ambulantes questionam segurança
Vendedores ambulantes ouvidos pela TV Bahia têm demonstrado preocupação quanto à segurança da “passarela”. Eles afirmam que não se sentem confiantes com a estrutura e apontam supostas falhas, como a ausência de ferros presos à parede. Os fixadores estão na areia.
Segundo Jaylton Figueiredo, engenheiro contratado pela prefeitura e responsável pelo projeto, não há riscos. Ele explicou que um sistema de parafusos fixados à contenção de pedras ainda será implantado. Isso deve reforçar a estrutura, que tem 5,40 metros de largura.
Desse total
- 3,20m são para os ambulantes e seus grandes isopores
- 2,20m são para o “contraforte”, espaço extra que funcionará como reforço da estrutura.
Como anunciado anteriormente, no máximo 400 ambulantes usarão o trecho. O acesso será pela areia e os vendedores com dificuldades de mobilidade serão alocados em outros espaços do circuito.
Fonte G1 Bahia