Estudantes voluntários de uma universidade brasileira se juntaram para revitalizar fachadas de comerciantes que têm negócios em comunidades. Ficou cada uma mais linda que a outra!
Ao todo, quinze fachadas de comércios localizados no Território do Bem, em Vitória, já passaram pela reforma, que tem o objetivo de desenvolver a identidade visual, a sinalização e o design dos ambientes.
O processo envolveu mentoria entre os voluntários e os comerciantes, para que tudo saísse da melhor forma possível. Antes, o que era apagado e escondido, agora ganha cores, ícones e a certeza de um futuro mais próspero para os negócios.
Ressignificando os espaços
As ações de revitalização começaram em dois dos nove bairros que integram a região conhecida como Território do Bem, no Espírito Santo.
“Adotamos abordagens do design centrado no humano, utilizando ferramentas do design estratégico e da etnografia urbana. Com isso, nossa intenção foi contribuir com o desenvolvimento local dos territórios atendidos, possibilitando conectar as comunidades com diferentes públicos e desenvolver o lado humano da equipe envolvida, que teve a oportunidade de ter contato com realidades distintas”, explicou Mauro Pinheiro, professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e um dos coordenadores da iniciativa.
O projeto nasceu no ProDesign, o Laboratório de Projetos em Design da Ufes, coordenado por três professores, Mauro Pinheiro, Katia Miller e Ricardo Esteves.
Troca de experiências
E os comerciantes não tiveram um papel passivo no projeto, pelo contrário, eles participaram de mentorias e também colocaram a mão massa!
A partir de um convite da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) Ateliê das Idéias, os estudantes foram chamados para revitalizar fachadas da Rota de Turismo de São Benedito.
Depois, o grupo teve encontros com os comerciantes. Durante esse período, a troca de experiências era grande, com os comerciantes opinando em tudo. Eles podiam escolher os elementos gráficos, as letras e até mesmo a paleta de cores!
“Fazíamos o registro fotográfico, a medição das fachadas e desenhamos modelos 3D digitais. A partir daí, os estudantes elaboravam propostas para as pinturas das fachadas, que eram apresentadas aos comerciantes. Uma vez aprovadas, passávamos à execução”, explica o coordenador.
“Vendinha da Dona Maria”
Um dos espaços que ganhou uma baita reforma foi a Vendinha da Dona Maria.
Antes, o espaço só contava com algumas placas. A parede verde estava apagada e a fachada não chamava muitos clientes.
Depois que o grupo entrou em ação, tudo mudou. A decoração era com base em plantas e em cima da parede estava escrito “Vendinha da D. Maria. De tudo um pouco”.
Para combinar com a nova fachada, Dona Maria encheu a frente da casa de plantas, que se misturam com o desenho e dão ainda mais vida à revitalização.
Valorizando a comunidade
E quem foi beneficiado só tem elogios! Para Valmir Dantas, líder comunitário de São Benedito, a iniciativa foi incrível.
“Essa parceria que a gente fez com a Universidade proporcionou um aprendizado muito grande e quem saiu ganhando foi a comunidade, que ficou mais bonita. A maioria dos comércios não tinha nome e eles ganharam nome, marca, cor. É um atrativo também porque, a partir dessas intervenções, o comércio teve aumento na clientela, então trouxe um resultado econômico e social muito bom”, comemorou.
Já para Cosme dos Santos, líder comunitário do Jaburu, o trabalho é importante porque ajuda pequenos comerciantes que, às vezes, não têm tantas condições para uma reforma.
“Como são pequenos comércios, os proprietários não têm tanta condição, e aí, além de reformar a fachada, o projeto também teve todo um trabalho com o empreendedor para criação de marca que identificasse os comércios. Então, foi muito gratificante e com certeza o projeto veio para valorizar a nossa comunidade de Jaburu”, contou.
Bacana, né? Mais um super projeto de uma universidade pública, gratuita e de qualidade. A educação é um instrumento para mudar o mundo!
Fonte Só Notícia Boa