O Centro de Referência Municipal para Pessoas com Transtorno do Espectro Autista Dr. Ildes Ferreira de Oliveira (CER – TEA) atende 66 crianças de 3 a 12 anos no bairro Muchila. O órgão mantido pela Prefeitura de Feira de Santana oferece o acompanhamento terapêutico por uma equipe multidisciplinar composta por nutricionista, psicopedagogo, psicólogos, psicomotricista e assistente social.
A mãe do pequeno Miguel Moraes, de apenas 5 anos, Roseanny Moraes, observa que a criança teve “evolução de forma extraordinária durante quase dois anos que tem sido acompanhado”. Miguel era autista não verbal e em pouco tempo adquiriu habilidades comportamentais e principalmente na fala.
“O tratamento e os estímulos foram fundamentais para desenvolver a fala funcional. Hoje ele forma frases, consegue me dizer o que aconteceu na escola ou em qualquer ambiente que esteve. A interação social de Miguel está magnífica com as outras pessoas, seja com criança, idosos ou adultos”, observa Roseanny acrescentando o reconhecimento do empenho da equipe.
“O Centro de Autismo é um local comprometido verdadeiramente com a evolução e o desenvolvimento da criança. A equipe multidisciplinar é focada, humana e visa a evolução individual de cada criança. A equipe estimula muito na parceria que é família, casa, escola. Procuram estar sempre presentes”, relata a mãe de Miguel.
Outra criança que desenvolveu habilidades comportamentais é o Kauê Ribeiro, de 5 anos. A mãe Vandriane Ribeiro destaca que a criança era impaciente e melhorou tanto nesse quesito, quanto na fala. “Para o que ele era, está muito desenvolvido e eu só tenho a agradecer aos profissionais envolvidos”, destacou Vandriane.
Ainda conforme a mãe de Kauê, muitos pais estão descobrindo o autismo e o órgão tem apoiado nesta descoberta. “Precisamos saber lidar com algumas situações inéditas e aqui temos esse apoio. Muitos pais não tem condições financeiras de manter um acompanhamento e graças a Deus aqui temos esse suporte”, explica.
Para matricular a criança no CER-TEA é necessário o encaminhamento do Centro de Atenção Psicossocial Infantil (CAPS Infantil); ter entre 3 e 12 anos; ser residente do município; estar inscrito no Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) do bairro a qual reside para comprovar vulnerabilidade social.
A estrutura do órgão é composta por sala de acolhimento, auditório, sala de jogos, sala de atividades de vida diária e sala multiuso para exercer outras atividades.
De acordo com a coordenadora do CER-TEA, Lucinea Aragão, há reuniões toda quinta-feira para estudo de caso e adaptar a terapia conforme a necessidade da criança.
Lucineia explica que o acompanhamento é feito com terapias individuais e quando a criança atinge o objetivo proposto, parte para os grupos terapêuticos para desenvolver a socialização.
“É uma característica do autista se isolar, então na terapia em grupo desenvolve essa questão. Outro suporte oferecido é a assistência aos pais como as rodas de conversa com a família. Levamos temas específicos para que seja trabalhado de forma descontraída e que a gente consiga inserir a família no processo de continuidade da terapia em casa, pois é o local onde a criança passa o maior período”, explica a coordenadora.