Logo cedo, na manhã desta terça-feira (2), a cidade de Feira de Santana foi surpreendida por uma chuva intensa, com raios e trovões, que provocou alagamentos e transtornos para moradores em diversos bairros. Segundo informações da prefeitura, em 50 minutos foram 71 milímetros de chuva na cidade.
O temporal, que começou por volta das 6 horas da manhã, pegou muitas pessoas desprevenidas que se preparavam para ir ao trabalho ou escolas. As ruas alagadas dificultaram o tráfego de veículos e circulação de pedestres.
Mais uma vez, chuvas fortes mostraram a necessidade de investimentos em infraestrutura para prevenir situações como essa.
Diante dos alagamentos e dos transtornos que poderiam ser evitados com o devido planejamento, muitos moradores manifestaram indignação enviando fotos e vídeos para o portal Acorda Cidade.
Pedidos de melhorias na infraestrutura urbana e na limpeza de bueiros e galerias pluviais foram alguns dos pontos levantados pela população.
Confira os pontos de alagamentos por diversas regiões da cidade:
Na Avenida Periférica, no bairro Parque Lagoa do Subaé, condutores tiveram que se arriscar para atravessar a via, que inclusive, é extensa e possui diversos buracos. Muitos motoristas retornaram ao perceber os alagamentos por medo de sofrerem algum acidente.]
Na Estação Nova, na Rua Finlândia, a reportagem do Acorda Cidade encontrou dificuldade para registrar imagens por conta do volume de água que estava no local. Diversos pontos que ficam próximos a feirinha da região ficaram totalmente submersos.
Há 30 anos, Priscila Almeida presencia os alagamentos na localidade. “Sempre é assim quando chove, fica dessa forma. Entra água nas residências, acaba tudo dentro de casa. Eu já perdi geladeira, cama, guarda roupa pequeno. Ficamos sem saída”, disse a moradora.
O morador Júlio César também relatou problemas na infraestrutura da região. Segundo ele, que mora há 50 anos na Rua Finlândia, a Embasa realizou obras no local que pioraram a situação de escoamento.
“Como não fica triste, de repente você vê a água mergulhar por dentro de casa. Perdi o guarda roupa. Restou muita lama dentro de casa”, disse.
“Pedimos encarecidamente que o prefeito faça a ‘Micareta’ aqui na rua, porque não vai faltar água tanto para tomar banho quanto para se refrescar. Porque está uma situação crítica, qualquer chuva que dá. Não precisa ser forte não. A gente nunca passou por isso, lixo, mau cheiro. Estamos com um abandono total”, disse indignada Leide Freitas, outra moradora.
Também no bairro da Estação Nova, na Rua Índia, próximo ao galpão de carnes, a reportagem do Acorda Cidade encontrou moradores que foram duramente afetados pelos alagamentos.
“Depois do serviço da Embasa, estamos alagados. A partir das últimas chuvas ficamos alagados. A água fica sem escoamento, estamos ilhados. A água entrou até a sala. A rua é pavimentada, mas os esgotos estão todos obstruídos. Junta com o lixo da feira que é mal recolhido e ocasiona isso”, disse Elisângela Santana.
O morador Moacir Francisco estava com um cavador desobstruindo a boca de lobo que estava completamente submersa. Assim que ele acordou, encontrou a água invadindo sua casa pelas portas do fundo e da frente.
“A boca de lobo está totalmente forrada de água e lixo. É a terceira chuva que dá e a gente passa esse sufoco todo com o entupimento dessas bocas de lobo e a água entrando e saindo de dentro de casa”.
A mesma situação foi confirmada pelo morador Carlos José, que estava com uma enxada tentando amenizar a situação.
“Eu estava dormindo quando ‘a cama já estava na sala’, me carregando”, disse.
As chuvas também voltaram a alagar o bairro Campo Limpo, que novamente enfrenta os prejuízos causados pelos alagamentos. Por lá, carros e moradores ficaram ilhados.
No bairro Rua Nova a situação se repetiu. Mais um vez, somente este ano, moradores sofreram com os alagamentos.
Muitos relataram ao Acorda Cidade que perderam tudo novamente, porque a água chegou na altura da cintura e não houve o que fazer, como o caso da moradora Joanita da Rua Mantiqueira.
O canal próximo a Rua Mesquita no bairro Parque Brasil transbordou e voltou a alagar as residências. Segundo relato de uma moradora, a situação acontece há anos.
Na Ladeira do Nagé, na região da Avenida de Canal, as ruas ficaram submersas com o volume de água.
Na Rua Intendente Abdon, esquina com a Rua Concórdia no bairro Queimadinha, moradores também voltaram a sofrer com os alagamentos.
Um carro ficou preso próximo a um canal na ponte da Avenida Dr. Evangelista.
Um colégio particular no bairro Estação Nova teve que suspender as aulas nesta manhã após a água invadir as instalações. Segundo uma funcionária, a situação é complicada por conta do entupimento dos bueiros.
“Os bueiros estão constantemente entupidos por conta dos resíduos da feirinha. Tampa os bueiros e a água acaba invadindo a escola e as residências aqui. Tem o degrau da rua, o da escada e acaba entrando água”, disse Adriana, auxiliar administrativo da unidade.
A professora Jaqueline, em conjunto com os demais colaboradores da escola estava trabalhando para retirar a água do local.
“Isso não é a primeira vez que acontece. No início do ano, as fortes chuvas que caíram inundaram toda a rua e a escola sofreu fortemente. Na escola também há duas piscinas que inundaram alagando toda a área”, disse a professora.
A Escola Municipal Diva Matos Portela, no bairro Jardim Cruzeiro, que foi recentemente inaugurada também sofreu com as fortes chuvas. Diversos pontos foram alagados dentro da unidade escolar.
Na Rua Tupinambás, no bairro Mangabeira, moradores ficaram ilhados. Fernanda que mora em frente a via, enviou um relato que ela afirma ser constante na região.
“Essa é a realidade da Mangabeira, na Rua Tupinambás próximo a Igreja Universal. Existe um córrego nessa região quando chove a água sobe e transborda, por causa do entupimento das manilhas. Essa humilhação vem de muitos anos. A prefeitura não toma providência. Vivemos em meio ao esgoto, adentrando as residências e comércios”, relatou a moradora.
Fonte Acorda Cidade