O corpo do babalorixá que foi morto na quinta-feira (11) após participar da Lavagem do Bonfim, considerada a maior festa religiosa e popular da Bahia, em Salvador, foi sepultado na manhã deste domingo (14), no Cemitério Municipal de Brotas, na capital baiana.
O sepultamento foi acompanhado por amigos, familiares e membros do terreiro Yle Axe Olufemyn, no bairro Matatu de Brotas, onde Nilton Leal da Conceição, de 45 anos, era babalorixá.
Durante o velório, as pessoas que estavam presentes cantaram músicas que o babalorixá gostava e o homenagearam com samba de roda.
Conhecido como “Meu bem”, Nilton Leal foi alvo de um homem, que ainda não foi identificado pela polícia, na região da Ladeira da Água Brusca, no bairro do Barbalho.
Informações preliminares passadas por testemunhas indicam que um homem se aproximou de Nilton atirou e fugiu. Ele chegou a ser levado para o Hospital Geral do Estado (HGE), mas não resistiu aos ferimentos.
Familiares e amigos lembram dele pela alegria e bondade, já que gostava de fazer ações sociais para pessoas em situação de rua. A última foi, no Natal, quando entregou sopas.
“Ele pegava as pessoas na rua e ajudava, como ele fez na minha trajetória de vida, que foi complicada perante as drogas “, disse o ajudante do terreiro, Lucas da Silva Rodrigues.
Nas redes sociais, é possível ver um vídeo em que “Meu Bem” aparece alegre e dança durante a festa do Senhor do Bonfim, que acontece em um trecho de cerca de 6,5 km na região da Cidade Baixa.
“Ele era só alegria e ajudou muita gente, só fazia o bem para os outros. Dizer que ele era ruim, ninguém pode dizer”, contou a vizinha Antônia Fonseca.
Nilton Leal também tinha um compromisso sempre que acordava: ir à academia. Ele gostava de cuidar da saúde e costumava iniciar o dia com exercícios físicos.
“Era um menino do bem”, lamenta mãe
A mãe de Nilton, Maria Antônia Leal, passou mal assim que soube do crime e foi encaminhada para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas já foi liberada. Ela o classifica como uma pessoa “do bem”.
“Sinto a perda de meu filho. Era um menino do bem, trabalhador, caprichoso e que nunca me deu trabalho. Estou me sentindo fortalecida pelas pessoas que falam bem dele”, disse.
Ela disse também que a morte do filho tem causado surpresa entre as pessoas próximas. “Morreu uma pessoa inocente. Brincalhão, trabalhador, prestativo, todo mundo está surpreso”, lamentou.
O caso é investigado pela 3ª Delegacia de Homicídios (DH/BTS), que fica no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Ainda não há detalhes sobre a autoria e motivação do crime.
Na manhã desta sexta-feira (12), policiais iniciaram as investigações. Uma gráfica, que fica nas imediações do local do crime, tem câmeras, porém, os equipamentos não teriam filmado o momento do assassinato.
Fonte G1 Bahia