O dentista Pedro Marques Motta, de 71 anos, preso em Santa Cruz Cabrália, no extremo sul da Bahia, após permanecer 18 anos foragido, usou uma pistola calibre 7.65 para matar Cláudio Rocha, à época com 39 anos, e para balear a ex-companheira, então com 36 anos.
Segundo denúncia oferecida pelo Ministério Público, ele não aceitava o relacionamento da ex-esposa com o dono do restaurante.
O caso ocorreu na Rua Cleto da Rocha, no Centro de Cataguases, no dia 9 de novembro de 2006. Pedro, natural de Feira de Santana (BA), fugiu logo após o crime, sendo condenado a 23 anos e 4 meses de prisão em julgamento realizado em 2021.
Ele foi localizado no sábado (12), em uma casa na zona rural de Santa Cruz Cabrália, em ação coordenada pelo Ministério Público de Minas Gerais, pelas polícias Civil e Militar e pela Interpol. Após a prisão, foi levado para a delegacia de Porto Seguro e de lá seria transferido para Minas Gerais.
O crime
Segundo o Ministério Público, Pedro casou com a vítima em 2003, e os dois mantiveram relacionamento até 2006. Após a separação, a mulher foi morar com a mãe, e depois meses depois, iniciou um namoro com Cláudio, proprietário do restaurante no Centro de Cataguases.
Um dia antes de cometer o crime, Pedro convidou a ex-esposa e a mãe dela para almoçarem com ele, na tentativa de reatar o casamento. Ainda naquele dia, o homem foi até o local de trabalho da ex, chegando a ameaçá-la com uma faca no pescoço para que voltasse para ele.
Na noite seguinte, ele, então, surpreendeu as vítimas no momento em que os dois entravam em um carro. Usando uma pistola, atirou contra a mulher, que conseguiu sobreviver à tentativa de feminicídio, mesmo atingida no pescoço. Já Cláudio, namorado dela, morreu em decorrência dos disparos.
Pelos crimes, consumado e tentado, o dentista, foi condenado a 14 anos de prisão e 9 anos e 4 meses, respectivamente. Conforme decisão do Tribunal do Júri, ele usou utilizou recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa das vítimas, atirando quando elas estavam distraídas.
A prisão
Segundo o Ministério Público, o foragido integrava a lista do projeto MPMG Busca e era procurado desde 2021. Há uma semana, uma equipe de policiais civis que atua no MPMG se deslocou para o interior da Bahia, após levantamentos de inteligência indicarem a presença de Pedro na região onde foi capturado.
Até a tarde da segunda-feira (14), Pedro não tinha dado entrada em unidades prisionais de Minas Gerais, segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).
Fonte G1 Bahia