Três funcionários da Associação de Empresas do Transporte Público de Vitória da Conquista (ATUV), no sudoeste da Bahia, suspeitos de cometerem transfobia contra a estudante Luna Glasklov, foram demitidos. A informação foi divulgada pela entidade na quarta-feira (1°).
Segundo Luna Glasklov, o crime aconteceu depois que ela compareceu à sede da ATUV, que está sob intervenção municipal, para atualizar o cartão que dá acesso ao transporte.
A denúncia foi registrada no Distrito Integrado de Segurança Pública (Disep) e os funcionários, que não tiveram as identidades reveladas, foram identificados após análise de imagens de câmeras de segurança.
O caso aconteceu no dia 24 de fevereiro. Luna Glasklov relatou que, durante o atendimento, foi tratada no masculino pela recepcionista, mas decidiu ignorar a situação. Entretanto, ela continuou sendo tratada pelos pronomes incorretos durante o atendimento.
”Eu não absorvi aquilo no momento e decidi prosseguir com meu atendimento. Chegando na mesa onde seria feita a renovação, a atendente também me tratou no masculino, mesmo em posse do meu documento” relatou.
Ao chamar a gerência da empresa para tratar o ocorrido, o tratamento transfóbico continuou.
”Ele também começou a me tratar no masculino. Eu falei ‘não sou senhor, é senhora. Meu nome é Luna, sou uma pessoa trans e os pronomes usados são ela/dela. Mas, mesmo assim, ele continuou a me chamar de senhor” .
Luna prestou boletim de ocorrência no Distrito Integrado de Segurança Pública de Vitória da Conquista, no mesmo dia do atendimento. Em 2019, a transfobia passou a ser considerada crime pelo Superior Tribunal Federal (STF), e os atos devem ser enquadrados no crime de racismo.
Fonte G1 Bahia