Muitas casas, empresas e estabelecimentos comerciais em Feira de Santana foram afetadas com as fortes chuvas da última terça-feira (20). No bairro Sobradinho, ruas como a Amaralina, Primavera e a Arivaldo de Carvalho causaram prejuízo aos moradores e comerciantes que perderam móveis e eletrodomésticos após a invasão da água.
Uma das lojas invadidas e prejudicadas foi a de Eliene Lima da Silva, que fica na Rua Primavera. Segundo ela, o problema de alagamentos é recorrente, principalmente após as obras de duplicação do Anel de Contorno (Avenida Eduardo Fróes da Mota).
“Todas às vezes que chove acontece isso. Mas dessa vez a proporção foi bem maior, por conta dessa obra que está tendo na via. A água veio pelo fundo e pela frente. Tivemos prejuízos, os móveis todos inchados, perdemos tudo. Além da água da chuva, ainda tem a questão da poeira. A gente também teve outros problemas com essas obras, como a questão da rachadura no primeiro andar, por conta dos maquinários”, relatou a moradora ao Acorda Cidade.
O volume de água foi tanto que os funcionários tiveram dificuldades para salvar equipamentos, inclusive, correndo riscos de choques elétricos. Segundo Eliane, os proprietários da loja de consórcio já estão tomando as providências cabíveis para serem ressarcidos pela empresa responsável pelas obras.
“Os diretores já tomaram suas providências, procurando os seus direitos. Já está com advogado, acionando os responsáveis para poder ver o que a gente vai obter de sucesso deles. Queimou um notebook no valor de R$ 4,500. A chuva veio com tanta proporção que a gente foi começar pelo fundo para poder tentar resolver, mas veio água pela frente e acabou que estava na tomada e queimou”, explicou.
Outra rua bastante afetada foi a Arivaldo de Carvalho. Por lá, a água também chegou na altura do joelho, trazendo riscos às pessoas e prejuízos após alagamentos.
A moradora Eliete Maria viveu os momentos de pânico, onde se viu com a água dentro de casa. Com a ajuda do irmão, eles impediram o prejuízo de ser ainda maior.
Situação relatada também por Mirian dos Santos. Na residência dela, entrou muita água, mesmo com a existência de uma proteção contra os alagamentos.
“A gente tem uma proteção na porta, mesmo assim a água passou por baixo. A região toda foi assim. Toda vez que chove, alaga”.
Thiago Oliveira relatou os estragos causados pelos alagamentos na Rua Amaralina. Muitos moradores ficaram ilhados, em completo desespero ao ver os bens sendo destruídos pela água.
“Entrou água, queimou a máquina de cartão, deu pane nos carros de entrega, a gente teve que parar de atender. Derrubou a porta. Foi um caos na última terça-feira, quando houve a chuva. Realmente, foi muito difícil. Toda vez que chove é assim na Amaralina, Rua Primavera, Arivaldo de Carvalho”, relatou.
Segundo Thiago, os problemas aconteciam antes da obra, mas após a duplicação a situação piorou. Na região do Colégio Estadual Assis Chateaubriand, a água cobre os joelhos.
“Independentemente da obra, já acontecia. Quando chove, fica intransitável. Falta rede de esgoto, bueiro e drenagem na área, porque a água não escoa. Tem que ter uma intervenção forte nessa região”, pontuou.
O Acorda Cidade entrou em contato com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). A nota enviada pelo órgão foi a seguinte:
O Dnit esclarece que o alagamento na região não tem relação com a duplicação da BR-407/BA. A autarquia ressalta que nas proximidades da rodovia está sendo realizada uma obra particular e que em função das chuvas o material da terraplenagem desta obra foi arrastado para o sistema de drenagem da rodovia. A empresa responsável pela manutenção da rodovia está realizando um serviço emergencial de desobstrução da tubulação da BR-407/BA.
Fonte Acorda Cidade