O MST, Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra, doa 20 toneladas de alimentos em 17 estados para chamar a atenção sobre a fome no Brasil e da necessidade de assentar mais famílias no campo. São frutas, verduras e legumes produzidos de forma sustentável e orgânica que vão matar a fome de muita gente.
Os alimentos foram doados em bairros da periferia da Bahia, Alagoas, Sergipe e Ceará, além do Distrito Federal e Rio Grande do Sul. Instituições de trabalho voluntário e de caridade também receberam a doação que vai se estender por vários dias.
A ideia é chamar a atenção para os assentamentos das famílias de pequenos agricultores e por mais políticas públicas para a produção de alimentos, além da reforma agrária.
Toneladas de alimentos
Só em Porto Seguro, na Bahia, a doação do MST foi de mais de 500 quilos de alimentos da agricultura familiar à creche Cruz de Malta, no distrito de Vera Cruz.
Em Alagoas, foram 2 toneladas de produtos, colhidos de acampamentos e assentamentos, foram doados à região carente de Atalaia.
A doação dos produtos vem de pequenos agricultores rurais em assentamentos e acampamentos do MST espalhados pelo Brasil. Os legumes, verduras e frutas são sem agrotóxico.
O relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo (SOFI)”, publicado em julho pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), mostra como é grave o quadro dos indicadores de fome e insegurança alimentar no Brasil.
Pelo levantamento, 70,3 milhões de pessoas, em 2022, viviam em estado de insegurança alimentar moderada, apresentando dificuldades para se alimentar. Deste total, 21,1 milhões vivem em situação de insegurança alimentar grave, a fome.
Assentar 200 mil famílias produtoras
Paralelamente às ações de doações de alimentos, o MST faz campanha para garantir mais assentamentos de sem terra no país.
“Nossa avaliação é que nós precisávamos, pelo menos nesse período do governo Lula, assentar, no mínimo, 200 mil famílias”, afirmou João Paulo Rodrigues da coordenação nacional do Movimento.
Para João Paulo, o ideal seria assegurar um orçamento de 2,8 bilhões por ano para o assentamento de 50 mil famílias. Ele também defendeu a definição de uma política de crédito.
O líder apelou ainda para mais incentivos públicos para a compra de alimentos da agricultura familiar que fortaleça o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), assim como o fortalecimento do Programa Nacional de Educação e Reforma Agrária (Pronera).
Nesta semana o governo anunciou novos incentivos no esforço de tirar novamente o Brasil do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU). A disposição é assinar contratos com cinco organizações da agricultura familiar, que beneficiarão 94 famílias fornecedoras.
Com informações da Rede Brasil Atual