A Polícia Federal incinerou, nesta quarta-feira (6), oito toneladas de pó de Mimosa Hostilis, planta popularmente conhecida como “jurema negra”, que contém uma substância alucinógena. O procedimento foi realizado em Salvador e o entorpecente foi apreendido durante a Operação Roots, realizada no dia 10 de outubro, para combater o tráfico internacional de drogas.
A ação resultou em duas prisões e cumpriu mandados em Conceição do Coité, na Bahia, de Navegantes, em Santa Catarina, e Buri, em São Paulo.
A “jurema negra” é bastante comum no semiárido brasileiro. Segundo a PF, o pó de Mimosa Hostilis contém dimetiltriptamina (DMT) é conhecido como a “molécula do espírito”, que é o princípio ativo da ayahuasca. O DMT é obtido pela trituração da casca da planta e possui efeito psicodélico.
Os investigados encaminhavam a droga para países como Bulgária, Canadá e Argentina, através de contêineres e Correios. Eles seguem presos.
A incineração foi autorizada pela Justiça Federal em Feira de Santana, município a cerca de 100 km de Salvador. A operação envolveu a colaboração de oito policiais federais e de equipes da Companhia Independente de Polícia de Proteção Ambiental (COPPA/PM/BA), além de caminhões para o transporte do material apreendido.
Operação Roots
A operação da Polícia Federal contra o tráfico internacional de drogas apreendeu oito toneladas de dimetiltriptamina em Conceição do Coité, onde foi preso um homem apontado como principal fornecedor do material e atuante na lavagem de dinheiro.
Outro suspeito, que não teve participação detalhada no esquema, foi preso em Navegantes, cujo investigado não teve a função detalhada no esquema.
A Justiça também determinou o sequestro de bens e ativos dos suspeitos, que fazem parte da mesma família, mas não tiveram nomes divulgados.
“A gente vai tentar entender a forma mais aprofundada de atuação desse grupo. Se era algo em primeiro momento artesanal e familiar ou se existe uma grande organização criminosa por trás dos investigados”, disse o delegado da Polícia Federal, Lucas Gonçalves, na época da operação.
Investigações
👉 A investigação da operação denominada “Roots” teve início em 26 de dezembro de 2022, com a apreensão de mais de 70 kg de DMT (dimetiltriptamina), aproximadamente 198 kg de mescalina e cerca de 358 kg de cannabis (maconha), em San Miguel, no Chile.
👉 Na oportunidade, um homem responsável pelo recebimento da carga ilegal no país foi preso.
👉 Chamou a atenção dos investigadores a declaração pela empresa exportadora, no Brasil, de que a substância encaminhada era o extrato da raiz de mimosa acácia.
👉 No entanto, foi constatado que, na verdade, se tratava de mimosa hostilis, indicando que havia o dolo em burlar os mecanismos de fiscalização chilenos, já que a substância é controlada pelos órgãos fiscalizatórios do Chile.
Fonte G1 Bahia