
Os ônibus do transporte público de Salvador voltaram a circular no bairro de Fazenda Coutos, no subúrbio de Salvador, na manhã desta sexta-feira (7), quase três dias após a operação policial que terminou com 12 suspeitos de integrar um grupo criminoso mortos.
Segundo a Secretaria de Mobilidade (Semob), o acesso dos ônibus foi liberado às 9h após deliberação conjunta entre a Prefeitura de Salvador e a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA). O policiamento no bairro está reforçado.
Enquanto o serviço estava suspenso, os moradores precisavam andar até um trecho da BA-528, conhecida como Estrada do Derba, no bairro de Vista Alegre, para pegar os ônibus.
Entenda o que aconteceu
A operação foi definida como “impostergável” pelo comandante da Polícia Militar, coronel Paulo Coutinho.
De acordo com o secretário de Segurança Pública do estado (SSP-BA), Marcelo Werner, a PM fez um planejamento prévio antes de ocupar Fazenda Coutos após descobrir a presença de homens fortemente armados no bairro.
Os suspeitos baleados estavam em uma área de mata no bairro e em duas casas — locais que teriam sido usados por eles como pontos estratégicos para atirar contra os PMs. Moradores também foram retirados de imóveis ou mantidos como reféns. Não há registro de que algum deles tenha sido ferido em meio aos confrontos.
Os militares levaram os suspeitos atingidos para o Hospital do Subúrbio, onde foram constatadas as mortes.
A SSP-BA informou que os agentes apreenderam 12 armas, como submetralhadoras, revólveres e pistolas, além de carregadores, balaclavas, rádios de telecomunicação, drogas e balanças de precisão.
Ao g1, a SSP-BA informou que a unidade que os policiais são lotados ainda não usa câmeras corporais.
Veja quem eram os 12 suspeitos mortos
Todos os 12 suspeitos foram identificados pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT). Até a manhã desta sexta-feira (7), apenas um corpo ainda não tinha sido retirado pela família.
Veja abaixo os nomes e idades dos suspeitos:
- Davi Costa dos Anjos – 17 anos;
- Paulo Ricardo Santos Pereira – 17 anos;
- João Cledison Santos Souza – 18 anos;
- Paulo Phelipe Rodrigues dos Santos – 18 anos;
- Félix de Oliveira Rodrigues – 19 anos;
- Uendel Vitor Rodrigues dos Reis – 20 anos;
- Jackson Vitor Araújo dos Santos – 20 anos;
- Wendel Henrique Nunes dos Santos – 20 anos;
- Samuel da Luz Nascimento de Sousa – 24 anos;
- Francisco Ariel Freire Santos – 27 anos;
- Douglas Campos da Silva Batista – 27 anos;
- Leidson Maxwel da Costa Silva – 27 anos.
Briga de facções
A cronologia exata dos fatos ainda será esclarecida pela investigação, mas pelo menos dois tiroteios entre facções foram registrados antes da chegada dos policiais no local, informou o secretário Marcelo Werner.
Os homens invadiram casas para montar bases e chegaram a fazer moradores reféns. Acionados para resolver os conflitos, os militares teriam sido recebidos a tiros pelo grupo criminoso invasor.
Investigações em andamento
A delegada-geral da Polícia Civil, Heloísa Brito, disse que duas testemunhas e parte dos policiais envolvidos na operação já prestaram depoimento. De acordo com ela, os militares “retratam com muita clareza como o evento aconteceu quando eles chegaram no local”.
A perícia nos dois imóveis que abrigaram os suspeitos e a área de mata onde tentaram se esconder e atacar também já foi realizada. Ainda não prazo para que o inquérito seja concluído. O caso é investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
O Ministério Público da Bahia se reuniu na tarde de quarta-feira (5), com as Secretarias de Segurança Pública (SSP) e de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), e com o comando das Polícias Militar e Civil, para discutir encaminhamentos quanto às investigações sobre a intervenção policial.
O órgão instaurou procedimento para acompanhar as investigações policiais do caso, por meio dos Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e de Atuação Especial Operacional de Segurança Pública (Geosp).
Moção de aplausos para PMs
O deputado estadual Leandro de Jesus (PL) protocolou, na quinta-feira (6), na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), uma moção de aplausos destinada aos policiais militares que atuaram na ação.
Ao g1, o deputado Leandro de Jesus destacou a importância da Polícia Militar no combate à criminalidade na Bahia e justificou o pedido de moção de aplausos na Alba pela coragem dos agentes ao proteger a população.
De acordo com o documento protocolado pelo deputado Leandro de Jesus (PL), “a Polícia Militar da Bahia (PM-BA), por meio da Rondesp, atuou de maneira firme e eficaz para restabelecer a ordem e a segurança da população, diante da escalada da violência” promovida por integrantes de uma organização criminosa.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/u/A/vdPKJUSSaADI1Hfgs3wA/whatsapp-image-2025-03-06-at-16.34.10.png)
Deputado estadual Leandro de Jesus (PL) — Foto: Reprodução/Redes Sociais