Solidariedade e terapia! Voluntários se organizam toda segunda-feira de manhã para produzir pães e distribuir para a comunidade carente da região. E todos saem ganhando e mais felizes.
Pessoas necessitadas matam a fome e as que produzem o pão fazem uma verdadeira terapia ao sovar a massa, contam os participantes.
“As pessoas que vêm até nós são, até certo ponto, privadas de direitos, ou são sem-teto ou mal conseguem sobreviver, mas isso é mais do que apenas o pão. As pessoas costumam nos dizer que sentir o cheiro do pão fresco as leva de volta a tempos mais felizes e a lembranças de família”, disse Alex Boyd, CEO de um banco de alimentos em Fredericton, Canadá.
Distribuir 10 mil pães, com amor
A iniciativa da ‘Bread Mondays’ (segunda-feira dos pães – em português) foi de Alex Boyd. Na pandemia, ele resolveu ensinar as pessoas a cozinhar e depois do trabalho remoto, estendeu o projeto para aulas presenciais.
Todos os meses, os voluntários assam mais de 800 pães e o objetivo esse ano é distribuir 10 mil pães!
Os alimentos vão para pessoas em situação de vulnerabilidade e o ingrediente secreto, ele revela agora: “É o amor”.
Do online para o presencial
Tudo começou quando o CEO do Greener Village gravou uma aula para o Facebook.
“Gravamos a aula sobre como fazer pão e a colocamos no Facebook como uma forma de envolver mais as pessoas com a comida”, disse.
Com a pandemia já controlada, em 2023 ele resolveu aprofundar um pouco mais o projeto.
“Então, em janeiro passado, decidimos que seria uma boa ideia dar aulas presenciais e assar pão para nossos clientes que precisam”, explicou.
Sovar pão é Terapia
E quem participa do projeto garante: sovar pão é uma terapia.
“Sim, é muito relaxante, eu gosto da sensação das minhas mãos na massa, mas também gosto de saber que estou fazendo algo que vai ajudar outra pessoa a ter algo delicioso”, disse Gary Farrah, de 60 anos.
Todos os voluntários aprendem o básico de cozinha com o chef do banco de alimentos Yves Dacheine, que adaptou a receita de pão que aprendeu com a avó.
“Ela me ensinou quando eu era jovem e agora quero transmitir a tradição de fazer pão, assim como qualquer pessoa faria”, contou o chefe, de 47 anos.
Para ele, o maior do projeto não são os alimentos em si. “É o senso de comunidade que espero que eles tirem. Espero que esteja enchendo os corações dos voluntários, porque o meu está”.
Combater a fome
Entre as províncias do Canadá com a maior taxa de insegurança alimentar, New Brunswick ficou em 2° no ranking.
Para Alex, o projeto pode ajudar a combater a fome em uma escala maior.
“Ensinar as pessoas a fazer pão tem uma vantagem a longo prazo na luta para combater a tendência crescente da fome”, explicou.
E os pães feitos na iniciativa tem um diferencial. “Estamos distribuindo algo fresquinho, sem conservantes ou aditivos. E não há nada como o sabor do pão caseiro quente”.
O CEO disse ainda que as pessoas que vão buscar o alimento é porque realmente necessitam.
Com informações de The Washington Post